domingo, 16 de dezembro de 2012

CINTO ANTI-MASTURBAÇÃO


prazeres Solitários
Cercada de preconceitos, muitas vezes interpretada como ato pecaminoso ou capaz de fazer mal à saúde, atualmente a masturbação é considerada importante para o conhecimento do próprio corpo e para o desenvolvimento da sexualidade

Na versão mais estendida sobre os cintos de castidade, os cavaleiros colocavam estes artefatos nas suas damas para proteger seu "mais precioso tesouro" e, assim, partiam tranquilos a lutar contra o inimigo. Estes protetores, normalmente metálicos, eram colocados entre as coxas da mulher e tinham dois orifícios que permitiam executar as necessidades fisiológicas, mas impediam a entrada de visitantes ousados.
Outras versões, nem tão novelescas, vão sendo criadas e negam a anterior baseando se nos problemas de saúde (úlceras, lacerações...) que poderia acarretar o uso durante longo tempo (as guerras podiam durar meses ou inclusive anos) destes acessórios. Além disso, creem inclusive que poderiam ser utilizados, em versões mais "toleráveis" e durante curtos espaços de tempo, pelas próprias mulheres para se proteger das frequentes violações, sobretudo durante aquartelamentos de soldados, travessias de mar, etc.
E para enrolar ainda mais o assunto, o médico escocês John Moddie apontava que os cintos eram utilizados para evitar a masturbação das mulheres. E neste ponto que chegamos a esta palavra, a infibulação. 

A infibulação foi um invento do alemão S.G. Vogel em 1786 que consistia em encerrar ambas as mãos em caixas portáteis à hora de dormir, com o objetivo de impedir a masturbação que era considerada uma doença: a perda do esperma levaria o indivíduo à loucura e provocava doenças da pele e tuberculose; as mulheres deviam ser criaturas assexuadas e não tinham orgasmo; a sexualidade aberta levava ao crime.

Entre 1856 e 1919 foram concedidas 49 patentes para aparelhos anti-masturbação nos EUA. Trinta e cinco eram para cavalos e quatorze para seres humanos (cavalos podiam masturbar-se?). Um dos dispositivos destinados para os meninos, devia ser colocado em torno de seu pênis e consistia de uma das pontas voltada para dentro para espetar o órgão do rapaz que tivesse uma ereção, outro era um fio de prata que atravessava o prepúcio sendo amarrado nos testículos.

Embora a masturbação nos homens foi repetidamente denunciada, a masturbação feminina foi combatida com uma ferocidade ainda maior. As mulheres que se masturbavam eram consideradas como loucas e como um perigo aos apetites masculinos. A partir de 1858, a infibulação passara a um outro estágio, algumas mulheres foram submetidas a uma ablação do clítoris, que era efetivamente removido. Esta operação continuou sendo considerada como um tratamento para a masturbação feminina até 1937, embora tenha sido desacreditada pelos médicos meio século antes.

Na verdade a amputação do clitóris continua sendo feita até os dias atuais em regiões da África e Ásia com o único objetivo de que a mulher não possa sentir prazer durante o ato sexual. Já a infibulação assumiu novo patamar que consiste na costura dos lábios vaginais ou do clítoris.

Para surpresa de muitos, a amputação do clitóris ou dos grandes lábios foi feita em clínicas ocidentais até 50 anos atrás. Achava-se que clítoris protuberante ou grandes lábios desbeiçados eram muito feios e que tais meninas teriam uma maior tendência para tornarem-se prostitutas.

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